Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária Convencional e Integrativa

O Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária Convencional e Integrativa (PPGMVCI) convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a sessão de defesa de dissertação da Mestranda Thauany Maffini de Souza.

Título: Cera de carnaúba e alginato de sódio como revestimento para conservação de ovos comerciais.

Resumo: Os ovos são uma excelente fonte de proteína de alto valor biológico e apresentam uma composição rica em vitaminas, minerais e ácidos graxos, podendo ser considerado um dos alimentos mais nutritivos e completos da dieta humana. Contudo, o ovo é um produto perecível e sua qualidade é influenciada por diversos aspectos, como as condições de armazenamento após a postura. Assim, diversos estudos apontam os benefícios da refrigeração. Porém, devido ao seu alto custo, no comércio os ovos são mantidos em temperatura ambiente, o que acelera seu processo de degradação. Uma alternativa é a utilização de revestimento em ovos comerciais, que funciona como uma cutícula artificial, a qual contribui para a manutenção das reações bioquimicas ao longo do período de armazenamento, podendo aumentar a sua vida útil nas prateleiras. O óleo mineral vem sendo amplamente utilizado como revestimento. E na busca por revestimentos alternativos que possam contribuir para a preservação dos ovos, há a cera de carnaúba e o alginato de sódio, produtos naturais, biodegradáveis, de alta disponibilidade, baixo custo e fácil aplicação. Pesquisas vêm demonstrando a eficácia desses revestimentos na preservação de produtos perecíveis, sendo consideradas seguras para o consumo humano, porém ainda são escassos os estudos quanto à utilização em ovos. O ensaio foi realizado com o objetivo de avaliar a qualidade físico-química de ovos comerciais lavados e submetidos a diferentes revestimentos artificiais, armazenados por um, 14 e 35 dias, em temperatura ambiente. Foram avaliados 870 ovos provenientes de galinhas poedeiras semipesadas recém-postos, obtidos de uma granja comercial. Aleatoriamente, os ovos foram divididos em cinco grupos (tratamentos): ovos não lavados e sem revestimento (T1); ovos lavados e sem revestimento (T2); ovos lavados e revestidos com óleo mineral (T3); ovos lavados e revestidos com cera de carnaúba (T4) e ovos lavados e revestido com alginato de sódio (T5). Cada tratamento contou com seis repetições de 24 ovos cada, em um delineamento inteiramente casualizado. Em cada dia de análise, foram avaliados: peso do ovo; tamanho de câmara de ar; gravidade específica; unidade Haugh; índice de gema; porcentagem de gema, albúmen e casca; pH da gema e albúmen; sólidos totais de gema e albúmen; peroxidação lipídica da gema (TBARS); perfil proteico do albúmen (SDS-PAGE); resistência e microscopia eletrônica da casca. As análises de perfil proteico do albúmen e microscopia eletrônica da casca foram avaliados através da análise descritiva dos resultados. Para as demais análises foi adotado um modelo de análise de variância (ANOVA) e as médias que diferiram foram avaliadas através do Teste Tukey. Foi utilizado o procedimento MIXED do software computacional estatístico SAS® (2003) e para todos os testes efetuados foi considerado o nível mínimo de significância de 5%. De acordo com os resultados encontrados, o revestimento com óleo mineral foi eficaz em preservar a qualidade interna dos ovos durante 35 dias de armazenamento em temperatura ambiente. Já a cera de carnaúba demonstrou-se eficiente somente até os 14 dias de armazenamento. Ao passo que o revestimento com alginato de sódio apresentou baixa eficácia em relação aos ovos não lavados e lavados sem revestimento.