Qualificação do Projeto de Mestrado da aluna Marilise França da Rocha

16/11/2021 08:48

No dia 16 de novembro de 2021 acontecerá a qualificação do projeto de pesquisa da mestranda Marilise França da Rocha . Sua pesquisa tem como título: POTENCIAL ANTITUMORAL DE EXTRATOS DE BRÁCTEAS E SEMENTES DE Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze: USO DE PRODUTOS REGIONAIS PARA TRATAR PROBLEMAS MUNDIAIS

A apresentação acontecerá de forma remota e será transmitida pelo canal do PPGMVCI no YouTube, às 08h20min.

Resumo do Projeto:

O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, estando entre as quatro principais causas de morte prematura na maioria dos países. Assim como na medicina humana, na veterinária ele é responsável por uma alta taxa de mortalidade. Devido ao número crescente de casos e maior expectativa de vida dos animais, a oncologia é uma das especialidades que mais se destacou nos últimos anos. 

O tratamento do câncer com os quimioterápicos atuais pode causar muitos efeitos adversos como transtornos neurológicos, anemia, alopecia, mielosupressão entre outros. Além disso, um aumento progressivo de neoplasias desenvolvem altas taxas de agressividade e resposta variável aos quimioterápicos, inclusive resistência. A descoberta de fármacos a partir de plantas medicinais tem desempenhado importante função no tratamento do câncer. A Araucaria angustifolia (Bert. O Kuntze) é encontrada principalmente no Sul do Brasil e tem um notável histórico terapêutico na medicina popular, tendo também grande importância socioeconômica e ambiental. Este estudo objetiva avaliar o potencial antitumoral de extratos de brácteas e sementes da araucária. A atividade antitumoral foi avaliada pelo método da redução do reagente resazurina em diferentes linhagens celulares que abrangem tipos de câncer com interesse para a medicina veterinária e uma linhagem não tumoral como modelo preliminar de toxicidade: MCF-7 (Células tumorais humanas de câncer de mama ER+), MDA-MB-231 (Células tumorais humanas de câncer de mama triplo negativas), PANC-1 (Células tumorais humanas de câncer de pâncreas), e HUVEC (Células endoteliais de veia umbilical humana). Os  testes foram realizados com extrato hidroalcoólico das brácteas em etanol 70  ◦GL (BHA70), extrato hidroalcoólico das brácteas em etanol 96  ◦GL (BHA96), extrato em acetato de etila das brácteas (BAE) e extrato hidroalcoólico das sementes em etanol 96 ◦GL (SHA96). Calculou-se a concentração citotóxica para 50% das células (CC50) e o índice de seletividade (IS) para todos os extratos. Nossos resultados parciais mostram que os extratos de brácteas BHA70, BHA96 e BAE foram capazes de induzir citoxicidade de maneira dose-dependente nas três linhagens tumorais. Na linhagem não-tumoral HUVEC os extratos de brácteas BHA70 e BHA96 também apresentaram citotoxicidade dose-dependente no entanto, em concentrações mais elevadas. O extrato de bráctea BAE induziu citotoxicidade dose-dependente de forma semelhante nas linhagens tumorais e na não-tumoral. O extrato da semente, SHA96, não induziu atividade citotóxica em nenhuma das linhagens celulares. Ainda, o BHA70 mostrou potencial efeito citotóxico de maneira seletiva, pois apresentou maior IS. Considerando os resultados obtidos até o momento, os ensaios posteriores de avaliação de mecanismo de ação serão realizados utilizando o extrato BHA70 e a linhagem PANC-1, a fim de orientar futuros estudos in vivo.